CASO EDVÂNIA: Justiça solta agressor Felipe Neder
Luiz Felipe Neder estava preso desde dezembro em unidade prisional.
Apesar de ser liberado, ele vai continuar respondendo a crimes.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu habeas corpus na tarde desta quinta-feira (9) ao comerciante Luiz Felipe Neder, preso por agredir a segurança de um clube e mas duas pessoas em dezembro em Três Corações (MG). O benefício foi concedido pelo desembargador Nelson Messias de Morais.
O pedido de habeas corpus havia sido feito pela defesa do réu, que apesar de liberado, vai continuar respondendo pelos crimes de lesão corporal e a lei Maria da Penha, já que também agrediu a esposa, que é Delegada da Mulher no município.
Felipe Neder está impedido de chegar a 200 metros das vítimas e manter contato com elas, a menos que seja por meio de advogados.
Entenda o caso

Silva foi preso no dia 17 de dezembro após agredir a segurança após uma festa em um clube de Três Corações. O comerciante estaria agredindo a esposa quando Edvânia Nayara Ferreira Rezende interviu e acabou sendo alvo de um soco e chute no rosto. No dia seguinte,a segurança disse que ele não merecia perdãoe que seguiria adiante com as medidas legais. AoJornal da EPTV 1ª edição,ela se emocionou ao falar das agressões.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Militar por volta das 18h, a mulher do suspeito, identificada como Ana Paula Kich Gontijo, de 44 anos, saiu do local antes da chegada dos policiais. No entanto, o boletim informa que ela entrou em contato com a PM cerca de 1h depois confirmando ter sido agredida.
Antes de ser detido, Silva ainda teria agredido e quebrado dois dentes do motorista Enioberto José de Jesus, de 30 anos, que é sócio do clube e teria pedido calma ao comerciante. O motorista também registrou boletim de ocorrência na delegacia da cidade. Silva teve a prisão decretada no dia seguinte à agressão. A Procuradoria Especial da Mulher do Senado emitiu uma moção de repúdio à agressão.
No dia 19 de dezembro, moradores de Três Corações realizaram uma manifestação em apoio à Edvânia. Eles pediram mais segurança e caminharam pelas ruas do Centro da cidade com apitos e cartazes. A segurança também participou da passeata.
Luiz Felipe Nederfoi indiciado pelos crimes de lesão corporal gravíssima, lesão corporal, ameaça, agressão no âmbito da Lei de Contravenção Penal e da Lei Maria da Penha. O caso foi desmembrado em dois inquéritos. O primeiro, concluído no final de dezembro, apurou os crimes de lesão corporal e ameaça. O segundo, apurou a agressão à companheira dele, a delegada da mulher, Ana Paula Gontijo. Esse inquérito foi concluído no início de janeiro.
No dia 10 de janeiro,o comerciante teve um pedido de liminar para responder ao processo em liberdade negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O Ministério Público ofereceu denúncia contra o comerciante à Justiça pelos crimes cometidos.
Passagens pela polícia

Segundo a Polícia Civil,Luiz Felipe Neder Silva já havia sido autuado por tráfico de drogas e por tentativa de homicídio. Os policiais, no entanto, não confirmaram a atual situação dos processos.
Segundo parentes, o comerciante estava desempregado. Em 2006, ele trabalhou como agente penitenciário em Belo Horizonte (MG), mas ficou menos de um ano no cargo. A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) não quis comentar o motivo do desligamento. O último lugar em que ele trabalhou foi em uma fábrica de tijolos da cidade. A sociedade durou seis meses.
O comerciante Alexandre Almeida é amigo de Silva e diz que ele é uma pessoa tranquila, mas que não aceita levar desaforos para casa e que se transforma quando ingere bebidas alcólicas. “O Felipe tem um problema: ele bebeu, ele sai de si, ele sai do sério e se transforma. Ele fica meio agressivo”, disse.
Almeida disse ainda que ele e a delegada Ana Paula Gontijo estavam em uma relação estável há dois anos e que nunca soube dele ter sido agressivo com ela. “São tranquilos, era um casal tranquilo”.
No entanto, segundo uma moradora que preferiu não ser identificada, a fama de Silva já era conhecida na cidade. “Em vez de ser Felipe da Bia, que ele era conhecido, o povo nomeou ele como ‘Felipe da briga’, porque onde ele chegava tinha uma briga. A maioria das festas que a gente frequentava era isso que acontecia”, afirmou.
OG1e a produção daEPTV Sul de Minastentaram contato com a delegada e com algum representante do marido. No entanto, até esta publicação, ninguém havia atendido as ligações ou retornado os pedidos de entrevista. Nenhum delegado de Três Corações quis gravar entrevista. A família de Silva também não quis comentar o assunto.
Fonte G1 Sul de Minas

Roger Campos
Jornalista
(MTB 09816)
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